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A Era da Exposição

Não há quem negue em reconhecer que o relacionamento com o cliente, há décadas, foi puro desatino, ou desilusão. Uma relação pichada por enganos e frustrações, um legítimo calvário para milhares de consumidores. São laudos tristes e envergonhados, clientes lesados, trapaceados, traídos por uma overdose de mentiras, pela orfandade da verdade, da empatia, e claro, traídos absurdamente por coisas vãs.

Na diversidade dessa crise paradoxal e relacional, um histórico êxodo de clientes se refugiam na revolução de uma nova era. Deixaram para trás todas as dores e o anonimato, não são mais figurantes, não são mais meros clientes passivos, agora são protagonistas da “Exposição das Telas”, um novo capítulo social de uma nova era que chegou e que já está em cartaz, sem fim. A toda hora, todo instante, milhares de pessoas estão nas redes, compartilham fatos, espalham opiniões, criam e produzem suas próprias mídias, geram influência, geram consumo num empoderamento midiático frenético e avassalador.

Não é preciso profeta para alertar os rumores dos adventos dessas mudanças. São telas nas mãos, e em cada tela, um mundo de possibilidades, novos conhecimentos e experimentos saboreados por minutos, mitos desvendados e derrubados, descobertas inéditas, novas pontes surgem, novos modelos de negócios, e toda essa avalanche digital vão causando fraturas expostas nas relações do consumo tradicional. Para cada raiar de um novo dia, milhares de telas já estão ligadas, conexões influenciam comportamentos, que geram conversões de desejos, consumidores convertidos com poderio de mídia, com autonomia, apreciando, julgando, consumindo, sem precisar botar o pé na loja.

Há quem ainda durma diante dessa nova era, há quem ainda não tenha escutado os barulhos dessas estrondosas mudanças que climatizam o novo habitat dessa cadeia de consumo. E nessa era, da “Exposição das Telas”, fará uma obra de arte quem de fato causar diferença e relevância, pois, a arcaica promoção “leve 3 e pague 2”, hoje em dia sucumbiu ao novo comportamento consumista, hoje é só uma pintura feia, feita com tinta guache. Se jogar água, borra tudo.

Fará uma Obra de Arte quem tiver sensibilidade para sentir o pulsar das mudanças, quem verdadeiramente souber usar as tintas e pintar as molduras dos novos quadros dessa epidemia comportamental de consumo que está em todos os lugares, nos bares, nos shoppings, dentro dos ônibus, do carro, do Uber, na sala de espera da clínica com aquela TV ligada que não atrai mais a audiência. Na “Exposição das Telas”, fará a mais bela obra de arte, todo o ato, toda a forma que ao se relacionar com o cliente, cause encanto.